O ESTORVO.
Jamais em tua vida serei estorvo,
Um morcego ou corvo.
Sangue-sugas de prazer,
Prefiro retirar-me do teu ninho,
De tua alegria, ficar sozinho,
E sentir meu pensamento fenecer.
Transformei tua vida em inferno,
Neste clima ameno, terno,
Verdadeiro paraíso de luz,
Saio sem dor, só, no meu tédio,
Porque sei, não há remédio,
Para aliviar minha cruz.
Vou em busca de felicidade,
Fugidio da maldade,
Que te causou tanto sofrer,
Desejo-te bons dias e descansos,
Boa saúde, pois meus prantos,
Serão eternos sem te ter.
Se por acaso lembrar,
Deste estúpido a clamar,
Por uma nesga de perdão,
Não valorizes esta mentira,
Pois a cobra quando se vira,
É para atacar sem compaixão.
Deixes que eu siga minha estrada,
De pedra ponteaguda, delgada,
De ouriço crivado de espinho,
Sei que a vida irá ensinar,
Que o bem deve prosperar,
Para ser leve e doce o caminho.
Por: O Cara de Lua.