PERDAS

Fugindo de si mesmo
Andando a esmo
Pelos trilhos dessa cidade
 
O homem perdido na multidão
Encontrando-se com a vastidão
De interrogações em seu ego
 
O tempo é mais que ponteiros
Marchando sobre os números
É um ácido que torna tudo efêmero
 
E tem olhos vendados para o horizonte
E tem bocas sedentas fechando a fonte
E tem poesia incompreensível no front
 
Fluindo feito gás no vento
Tentando achar algo sólido
Por um caminho tórrido
 
O homem perdido na cidade
Perdendo-se na necessidade
De descobrir o código da sobrevivência
 
O tempo é mais que um tempero
Que traz bonança, que traz tempestade
Que traz a manhã e que traz a tarde
 
E tem ilhas perdidas a serem descobertas
E tem trilhas na mata ainda encobertas
E tem essas palavras feito pétalas
Na flor cada vez menos poética

 
 
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 30/10/2016
Código do texto: T5808049
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