TENHO MEDO DO DESCONHECIDO
Temo encontros de muitas falas e alaridos
E de mentiras tão bem contadas
Temo encontros de amores bandidos
E de palavras que são ditas impensadas
Temo a escuridão de palavras e sentimentos,
E que tanto me apavoram
Que me fazem acreditar por um momento
Mas depois me devoram
Quero a claridade de um ser transparente
Penumbra só na hora do amar
Onde não haja escuridão, entre a gente
Que me ceguem e eu tenha que procurar
Tenho medo da insinceridade
Não quero temer o depois
Não admito mentiras e inverdades
Nesse mundo de nós dois
Não temo a verdade
Só quero caminhar firme, com os meus pés
Atracar no Porto de uma cidade
Com segurança no convés
Tenho medo do desconhecido
Que quando vem me consolar
Dizendo que é amigo
Mas que por trás está a me apunhalar
Ah, preciso afastar esse medo
Encará-lo diante de mim
Desvendar esse segredo
E colocar de vez, nele um fim
Sandra Leone