isso

rei desses

mares, minha vertigem

salta, pulsa, cospe

fora ou me cospe todo,

tirando isso, a vida é boa

são bagos de silêncio

escrito nas palpebras

das noite que caminha lado

a lado, companheira de longa viagem

barco empurrado, velas içadas

não se grita, madeira! poia não

há chaõ nesse lado das coisas,

ilhas queimando na imaginação

e tua boca como uma labareda

roçando nas redeas das pernas

onde pus aquele olhar

aquele sol

feito de ferro

aquela guelra que

se abre ao meio dia

quando

o sono se esparrama, e, água rala,

o barco anda?

e o céu nos desdobra em sua face.

tantas menininhas andando

nesse praça feita nas treliça das trevas,

soro e fogo nas lâmpadas das árvores

frutos, bagos de carvão, fígado

de gás e carne nas mãos da memorias

que a tudo recorre, no tempo

não nesse agora, que de tão pouco

ínfimo, nos conforma,

muros, credo , parede, tudo

que segrega tenho medo, e

quanto mais andamos de mais vazio me enriqueço,

no entanto, isso não vale no mercado

de ação, nem comeria uma dessa moças

que de perna pra fora

se oferece nesse tufão que dura

pouco, a vida, ela, a vida que me

espreme, como a fruta o coraço

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 27/10/2016
Reeditado em 27/10/2016
Código do texto: T5804820
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