Entre a Farra e o Siso
O homem ri do palhaço
Na indissolúvel réstia do riso
Aí se esquece da promissória
Enquanto não falta espaço
Entre a farra e o siso
Em sua marcha compulsória
O picadeiro se torna então
Em anverso da alma
E neste pequeno chão
É detentor da calma
Mas não há neste mundo
Sorriso mais profundo
Do que o do palhaço
Que ao dobrar o espinhaço
Em suas estripulias
Sabe que ao passar dos dias
Não há sequer uma duplicata
E na saudade dos seus,
Tal um semideus
Em choro desata...