Entre a Farra e o Siso

O homem ri do palhaço

Na indissolúvel réstia do riso

Aí se esquece da promissória

Enquanto não falta espaço

Entre a farra e o siso

Em sua marcha compulsória

O picadeiro se torna então

Em anverso da alma

E neste pequeno chão

É detentor da calma

Mas não há neste mundo

Sorriso mais profundo

Do que o do palhaço

Que ao dobrar o espinhaço

Em suas estripulias

Sabe que ao passar dos dias

Não há sequer uma duplicata

E na saudade dos seus,

Tal um semideus

Em choro desata...

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 26/10/2016
Código do texto: T5803971
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