A Paisagem do Meu Olhar
Nada me espera nesta manhã.
As palavras passeiam em silêncio
À sombra da desordem dos sentidos.
Todas as perguntas que não fiz
Tocam-me os olhares de poente.
Nas mãos, a impaciência do tempo
Contorce-se em pressa e solidão.
No sopro do pensamento,
Espreguiça-se uma lembrança qualquer.
Há dias em que a saudade
É um ruído noturno, acordando o sono.
É um reflexo de um rosto na penumbra,
Insone em interrogações e súplicas.
É a imagem incontida do desejo, do sonho
Que apenas banha-nos os olhos
Feito uma confissão de lágrimas silenciadas.
© Fernanda Guimarães
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