poema da procura
chuva que pinga
que desce da platibanda
pinta e explode no chao
se perde num circulo concentrico
piso que outro dia pise
que agora molhado lembra
o sexo intucido longe das
plateias, molhado como
esse chão, como essa pia
que estende os pratos do
almoço, que ainda no meu
estomago se mistura ao desgosto,
quanto tempo ainda durará
essa paródia, queria um rio
fundo e limpo, e o que tenho
esse vaso de veneno, que
bebo todos os dias, labaredas
na carne que paree cliche que
se repete como essa chuva que
cai e amortece esse tédio, um
cigarro, já não fumo, uma bebida
já não bebo, uma boceta, onde
está a boceta que quero, talvez
noutro patamá e nao nesse inferno