do mundo dado

o que é essa

roda

que gente

roda

e que nos deixa

louco, roubo, absorto

á beira

de outras rodas,

que rodam

rodas de classes

diferentes, mas todas

rodas, que rodopia

os outros a nossa

volta, roda que nos

roda por dentro nas

escrituras do ventre,

que profundamente

nos prende, roda de

mil ventos, roda que

roda no firmamento,

roda que vem de cima

e vem de baixo e faz

da gente uma trombada,

faísca

fogo, dor

planeta em estado

de pavor,

jogos lilases

nos palacetes dos poderes,

cátedra do novo, fuzil

em disparada, tijolo por

tijolo, pavimento da estrada,

estouro de trovada nas trevas

da carne, que arde na pele

da grade, até que essa se rompa

e se troca a roupa realidade

vulva deagonia na pele

do corpo, simbolo

do mar, flutuação

de um mundo esquecido,

mas o corpo guarda

o corpo sabe da água salgada

não se bebe água

que não seja doce, como

esse olhar que lapido com

muito esforço, é estreita

a porta

é estreita

o senda

que banha de alegria, pois

olhares

se espicham nas prateleiras

do ser, e quanto vazo quebrao

quantas casas arrombadas, janelas

com seus ferrolhos feitos de palavras,

das estreiteza desse mundo

dado, não me convence

essa farsa, feita à luz de

vela, comparsas produzem

palacetes feitos de máscara,

que cobre meus

desejos, pele que do

mundo me separa,

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 23/10/2016
Reeditado em 23/10/2016
Código do texto: T5801157
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