do mundo dado
o que é essa
roda
que gente
roda
e que nos deixa
louco, roubo, absorto
á beira
de outras rodas,
que rodam
rodas de classes
diferentes, mas todas
rodas, que rodopia
os outros a nossa
volta, roda que nos
roda por dentro nas
escrituras do ventre,
que profundamente
nos prende, roda de
mil ventos, roda que
roda no firmamento,
roda que vem de cima
e vem de baixo e faz
da gente uma trombada,
faísca
fogo, dor
planeta em estado
de pavor,
jogos lilases
nos palacetes dos poderes,
cátedra do novo, fuzil
em disparada, tijolo por
tijolo, pavimento da estrada,
estouro de trovada nas trevas
da carne, que arde na pele
da grade, até que essa se rompa
e se troca a roupa realidade
vulva deagonia na pele
do corpo, simbolo
do mar, flutuação
de um mundo esquecido,
mas o corpo guarda
o corpo sabe da água salgada
não se bebe água
que não seja doce, como
esse olhar que lapido com
muito esforço, é estreita
a porta
é estreita
o senda
que banha de alegria, pois
olhares
se espicham nas prateleiras
do ser, e quanto vazo quebrao
quantas casas arrombadas, janelas
com seus ferrolhos feitos de palavras,
das estreiteza desse mundo
dado, não me convence
essa farsa, feita à luz de
vela, comparsas produzem
palacetes feitos de máscara,
que cobre meus
desejos, pele que do
mundo me separa,