METADES (Parkinson)
Metade sem medo treme
Metade teme cair
Metade perdeu o leme
Metade tenta seguir
Falha o comando mais fútil
De desnecessário pensar
Vem sensação de inútil
Vontade de não mais tentar
Um passo consegue ir à frente...
Breve ilusão... alegria
Vem queda de repente
Feito balde de água fria
Noite sonha novo começo
Acorda confuso e impreciso
Rápido o primeiro tropeço
Morre o lado Narciso
Todo dia é um desafio
Seguir driblando perigos
Uma sensação de vazio
Sente falta de abrigos
No fundo tem esperança
Que a cura chegue uma hora
Como esperar também cansa
Bem devagar... senta... e chora...
--------------------------------------------
Publicada no livro "Folhas ao Vento"