Virtude?
Virtude?
Desordeiros pensamentos tortuosos
Maculam a casta pureza anímica
Retesam o corpo de forma empírica
Abandonando-o flácido e temeroso
Mente convulsiva tramando pecado
Corpo tomado pela avidez delirante
Alucinado, torna-se repugnante
É só mais um corpo desalmado
Mente pra si mesmo tão cristão
Politizado, tão certo de sua postura
Crente que não há nenhuma ruptura
“Homem perfeito” é o seu bordão
Recai em um orgulho pungente
A pecar contra o corpo alheio
E a maquinar desculpas com anseio
Revelando seu caráter doente
Mas quem afirmará tal verdade?
O corpo deixado flácido e temeroso
Agora enterrado, de sabor terroso
Distanciam-se desta realidade.
Eduardo Benetti