A Casa dos Fundos
 
Corredores com arandelas amarelas,
Passarelas de pés cansados e lentos,
Mofo descendo pelos muros inertes,
Noites no silêncio dos movimentos.
 
Casa velha ao fundo de um mundo,
Parte da vida depositada em baús,
Ao profundo estágio de em si perder,
Em bonecas esquecidas de restos nus.
 
Canecas de plástico e tinas de barro,
Agua morna com fungos de carência,
A febre do velho, a tosse e o catarro,
No portão da rua se pendurava o viver.
 
Entrava para a casa apenas o cortejo,
O ensejo da morte, enfileirada e fria,
Como oposto aos roedores, os gatos,
Anunciavam sempre que amanhecia.
 
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 21/10/2016
Reeditado em 21/10/2016
Código do texto: T5798521
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