AMOR CEGO
Colhes o meu pranto,
Como na sangria da rês
O rubro líquido de uma dor...
Não te apiedas do meu martírio...
Atinge-me o adunco gume de tua espada
Nas frases que me ferem...
Tua língua tem perfume e tem veneno...
E ao teu amor impuro me condeno,
E a minha dor se cala
Nos teus rudes beijos.
E ainda me atormentam
Na fome de tua carne, meus desejos...
Acorrenta-me o laço de minhas paixões,
E no cárcere desse amor, me entrego em vão.