ELA MAREA
A pequenina sereia com seu jeito de menina
Pede silêncio à terra
Pede silêncio às estrelas
Pede silêncio ao luar...
Pois sua mãe Ariel
Depois de mil e uma noites
Contando histórias de ninar
Não aguentou mais de sono
Aquietou-se na areia
Cobriu-se então do mar
E enfim pôs-se a sonhar...
Eram sonhos encantados
Desejos de acalentar
O amado que tivera, (triste e contrita sereia)
Que em terra abandonar,
Mesmo sofrendo de amor,
Para a seu reino regressar...
Ressona formosa n’areia
Co’as ondas que lhe mareiam
Sereia-mãe a sonhar...
Voltara ao mar tristemente
Levando ao ventre a semente
Do amor: uma pérola ovular
Que tão formosa floresceu.
Pra tristeza de Netuno
Nasceu-lhe a Menina Juno
Nas vagas tempestuosas da tristeza de Ariel
Sofrendo (tão procelosa) por muito amar sem poder...
E enquanto a mãe descansa, vela por ela a criança
Pedindo silêncio à areia, c’amor acalmando o mar...
By Nina Costa, in 13/10/2016
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