A JANELA
Olhava pela janela, respirava com a cadência leve de um sono. Lá em cima, o céu atapetado de estrelas, e a lua cheia. O vento fazia esquina, levando o perfume que evolava de minúsculas flores do jardim. As horas pareciam ter estacionado no tempo. O silencio era profundo e envolvente, podia flutuar. Sentia as batidas ritmadas do coração. Suas lembranças eram nítidas, fechou os olhos. Ainda podia sentir o calor daquele corpo lhe abraçando. Sentia uma onda de orgulho e prazer. Pensou em suas próprias mentiras, fluindo uma após outra. O amava. Mas jamais saberia. Tentou silenciar os pensamentos. Mas sussurrou um nome sólido, quente como o sol. E em silencio disse para si mesma...