E o destino se espalhou pelo chão
E jogávamos os dados no ar
Rasgávamos os dias impares
E de par em par ensaiávamos a dança
E quarávamos os sábados nos varais
No infindo dos quintais
Os meninos, velhos meninos
Traziam nuvem do infinito
E a menina brincava
Com as meninas dos teus olhos
E o destino estava fragmentado
No assoalho da antiga sala
E brincávamos de adivinhar cores
Colávamos nas noites as estrelas
E o nosso espírito era livre e leve
Não demorávamos nas tristezas
Éramos o avesso disso, o avesso
Os meninos, sim os meninos
Traziam versos e canções azuis
E as meninas dos teus olhos
Brincavam com menina nos ares
E o destino estava esparramado
No vento
E nós dois éramos a soma e a sombra
Quietos na beira da estrada

Milton Oliveira
Outubro/2016