Atrás do futuro

Eu penso no futuro

Para fugir de onde estou

No futuro pensarei

Que ainda nada sou

E que avante me encontro

E todo o detestável momento

Não diz nada com outra linguagem

Senão a do sofrimento

Hora agudo, hora moribundo

Há tantas escolhas no universo

Cair nesse ralo, dissolvido de soluções

Pelo tato e pelo olfato, pela visão à mentira

Alguém inventou o humor pra disfarçar

Para camuflar-se na selva da hipocrisia

Pessoas noturnas sorrindo para o dia

Suas lamparinas, a mais azulada chama fria

Reagir a baixeza, ou me negar

E esse futuro que não chega

Que não se sabe onde está

Se perde na criação da beleza

Que insistimos em edificar