EM ANALOGIA
Há momentos de ternura tão sagrados
Qu'em sintonia, há uma voz que se cala
Em êxtase de contemplação e alegria
Para ouvir a poesia declamada ao som dos ventos
E o burburinho dos rios correndo indolentes
E o silvo dos pássaros festejando mais um dia...
E no silêncio de meu peito que se inebria,
Desabrocham coloridas todas as primaveras
Quando na beleza do céu, na verdura dos campos
A essência de tudo, plena, estremesse,
No meneio singelo que flui da melodia
Sou parte desse encanto da vida, em prece.
E no silêncio do meu peito, primavera
A beleza se refaz em orquestra, em sinfonia
Posso ouvir o canto dos rouxinóis
Na sublime música que o vento traz.
Eu escrevo os versos que a alma tece
Desabrochando em flor cada poesia...
E no silêncio do peito, tão singela
Amanheço a esperança, orvalhada.
Eu esqueço o inferno das dores e tristeza,
Refutando o frio do vil inverno
Me refaço co'as flores e a melodia,
Eu sou como Perséfone, em analogia...
By Nina Costa, 07/10/2016
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