poente
cá estou novamente,
com as lágrimas mórbidas, ardentes.
a água da vida sobre minhas costas, sente.
cordas que ultrapassam minha visão, de repente.
fazem com que meu corpo vire pó,
vire um saco de carne,
vire merda,
vire nada,
simplesmente.
cá estou novamente,
com as lágrimas perdidas, ausentes.
a madrugada é vasta para tanta dor arrancar,
ó caros amores, singelos e inocentes.
não deixem que minhas palavras sumam no ar,
desapareçam na dor subjetiva,
crua,
imunda,
soturna.
cá estou novamente,
pedindo para ser preenchido, ansiosamente.
pois meu eu se encontra ante, distante.
tornei-me uma luz poente.