todas as noites

eu estou cansado,

sentado no quintal de mim mesmo.

acendo um cigarro.

vejo as estrelas, que soturnamente vão embora

pela minha presença.

liberto um escarro,

e agora tento procurar a lua.

eu sei que ela está em algum lugar, refletindo indiferença.

sorrindo e dizendo que eu nunca serei sua.

quem eu quero nunca tem,

quem eu busco nunca vem.

eu estou cansado,

termino meu cigarro.

ouço alguém bater na porta,

vou cambaleando e perdendo o chão sob meus pés.

que vida torta, o que se torna, me transtorna.

sinto o cheiro do seu doce perfume,

irreconhecível ela retorna.

abro a porta e ambos vamos chorar.

ela me estende a mão e me dá flores, quer meu perdão,

quer comigo se casar.

pego sua mão, e deixo a monotonia entrar.

Leomas Hercules
Enviado por Leomas Hercules em 16/10/2016
Código do texto: T5793675
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