todas as noites
eu estou cansado,
sentado no quintal de mim mesmo.
acendo um cigarro.
vejo as estrelas, que soturnamente vão embora
pela minha presença.
liberto um escarro,
e agora tento procurar a lua.
eu sei que ela está em algum lugar, refletindo indiferença.
sorrindo e dizendo que eu nunca serei sua.
quem eu quero nunca tem,
quem eu busco nunca vem.
eu estou cansado,
termino meu cigarro.
ouço alguém bater na porta,
vou cambaleando e perdendo o chão sob meus pés.
que vida torta, o que se torna, me transtorna.
sinto o cheiro do seu doce perfume,
irreconhecível ela retorna.
abro a porta e ambos vamos chorar.
ela me estende a mão e me dá flores, quer meu perdão,
quer comigo se casar.
pego sua mão, e deixo a monotonia entrar.