REFÉM DOS ENCANTOS
REFÉM DOS ENCANTOS
BETO MACHADO
Que doença é essa
Que acomete o poeta,
Que lhe entra pelos olhos
E se aloja à porta
Do coração desprotegido?
Sem diagnóstico certeiro,
Que atinja a cura,
Vamos nós poetizando,
Reféns dos encantos,
Que os olhos nos impõem.
E esse mal que não trás dor,
Mas, sim, prazer á carne,
E à mente culpa,
De pronto se apequena,
Se o encanto se arrefece.
Mas logo, logo se agiganta
Nos olhos doutro poeta.