Poema Cego
Os sons me invadem
Expelem suor pelos meus poros
Choros e risos me dividem
- Finjo que os ignoro
Odores me oprimem
- Quase os imploro
Que me sufoquem
Com a mesma gana que os devoro
Superfícies que me cortem
Tão rápido quanto me curo
Com os líquidos que me fogem
E as músicas que decoro
Os sabores que me ardem,
Esqueço quando afloro
Nos caminhos tortos que me perdem
Ou na noite eterna onde moro.