fatalismo

numa margem em que

a juventude quer

ir embora, que,

de tanto murro

se acovarda, onde

se ensinam a fazer-se de

muros, em vez de moradas,

que rio correm livre diante

de tanto sufoco, em que

cada janela é uma ameaça?

quando a criança esperneava

ganhava um doce, ou o passeio

daquela semana, não se grita!,

é um homem? ou uma moça?

revolta não vale um centavo nessa

terra de demônios, em qual face

desses capatazes pegamos as

verdades? será que alguma respira?

tem coração? sabe do labirinto do lado?

acaso se por com suas razões á

beira da torre, serás condenado

como um louco, terá tua ração,

tuas visitas semanais, receberá suas

cartas, e terás uma vida por uma

perspectiva dada, quem sabe isso te agrade,

e terás o tempo em tua mão, outra forma

de maldade,

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 14/10/2016
Código do texto: T5791535
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