O OLHAR E A BOCA
Encha-se de todos os brilhos
Enfeite-se de bolhas azuis
Finja-se de tola, charlatriz
Pares sonhos fora dos trilhos
Aprisionas na moldura do teu ser
Aqueles que jamais se libertarão
Aqueles que jamais conhecerão
A verdadeira razão do prazer
Cobre-te com essa tua luz infame
Arma-te de toda força invencível
Mas, lembra-te, a paz é invisível
E o passado já teve outro nome
A boca que beija não sabe cuspir
A boca que morde não sabe beijar
O olhar que mente não sabe brilhar
E o olhar que se encanta não sabe ferir.