POEMA DO NADA
O nada pré-existe.
O nada não consiste.
O poeta insiste:
preso em algema
e da Poesia, panema.
De um noema
decorre a alçaprema,
como se fôra calema.
Do dilema aparece o tema,
emerge o esquema.
A pena registra cada glossema.
O poeta constrói o epifonema.
Fecha-se o cartema,
criativo, simbólico. Filosofema:
do nada surge o poema.