Antes das Sombras
O mundo está deserto/
Tudo está incerto/
Na escuridão/
Vagam jovens e velhos/
A celebrar insanidades/
Se acostumam a mesa/
Da fome, do sangue e das dores/
Mentindo as verdades/
Não olham mais crianças como crianças/
Das esperanças/
Veem o viver por viver como qualquer dia/
Não apreciam mais a noite enluarada ou as flores nas ruas/
A beira da calçada/
Admirável é ver antigas nostalgias/
Homem, mulher, filhos...família/
Em cada ação/
Cegos guiam os sãos/
Mudos falam em línguas de violências/
A decência nem se vê nos jornais/
Por se acharem senhores/
Por se acharem sem jeito/
Imperfeitos/
Se entregam ao caos/
Nem se percebem/
Mas até o que sai da boca/
Em nome da arte e do moderno é imoral/
Ainda não é hora de morrer/
Por que cultuar o mal/
Chega de ser desleal/
Pois o vicio nocivo dos capitais/
Mata o futuro/
Sem censura/
Os muros estão em apuros/
Ainda há tempo/
De acordarmos/
De cuidarmos/
Está na hora de reverenciar a luz/
Reinventando a paz/
Falando de amor nas praças e nos quintais/
E sob a chuva que trás a vida/
Amar sem pretender/