O ventinho amigo
É o jeito é o enguiço
Da coxa meio à mostra,
É o vento atrevido
Oferecendo a quem olha
E se mostra agradecido
Pela beleza da obra.
Mas o vento traiçoeiro,
Sopra-lhe também poeira
Fingindo se entreter,
Fechando o olho matreiro
Que chora pela canseira
De tanto olhar e não ver.
Com temor de uma vaia
Assobia depois bem baixinho
Ainda sacudindo a saia
Como a pedir desculpa,
Mas a alegria do caminho
Já está longe da vista turva.