Esperando

Esperando

Não foram os bens que fugiram,

Nem foi o medo do gatilho,

Réstia de assombros urbanos;

Não estremeceu o alicerce,

Nem o vento intimidou a raiz,

Como eu sempre quis...

A sombra ainda entorpecia o calor,

Não se avolumou o rancor,

Nem blasfêmias foram proferidas em brados;

Se não houvesse olhar periférico,

Se todos olhassem de frente,

Conseguiriam aquilatar o vácuo,

Fogo-fátuo de solidão vencendo a espera;

Não se esperou a vida,

Como o faz a gravidez,

Nem a morte,

Como o faz o fim da vida;

Velas, rogos e promessas,

Nada que a dor impeça,

De crescer em quem espera,

Olhava fixo para a porta,

Como se ela hospedeira...

Permitisse chegar alguém

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 13/10/2016
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