Esperando
Esperando
Não foram os bens que fugiram,
Nem foi o medo do gatilho,
Réstia de assombros urbanos;
Não estremeceu o alicerce,
Nem o vento intimidou a raiz,
Como eu sempre quis...
A sombra ainda entorpecia o calor,
Não se avolumou o rancor,
Nem blasfêmias foram proferidas em brados;
Se não houvesse olhar periférico,
Se todos olhassem de frente,
Conseguiriam aquilatar o vácuo,
Fogo-fátuo de solidão vencendo a espera;
Não se esperou a vida,
Como o faz a gravidez,
Nem a morte,
Como o faz o fim da vida;
Velas, rogos e promessas,
Nada que a dor impeça,
De crescer em quem espera,
Olhava fixo para a porta,
Como se ela hospedeira...
Permitisse chegar alguém