Fada sem asas
dois dias e noites de chuva
descoloraram meu manto vermelho
sem sol a me guiar
sou pranto, pesar
torrente de lágrimas
entre ladeiras escuras
a te buscar
onde estás, meu sol, que te procuro?
vem cá brilhar em meu rubro véu
que já caem meus cabelos
levados pelo vento
que sopra junto a tempestades de intento
de tão longe te ver seguir
sem mim
o eco que fica em meu corpo-metade
faz-me pequena, frágil
desesperada, busco refúgio na madrugada
de meus sonhos de inteira fada realizada
donde a manhã faz-me perder as asas
de forma precipitada
ao acordar e ver a realidade
do vazio da minha fria cama