SERÁ DE TERRA

É de terra, nossa última vesti!

Não precisa ser terra adubada,

Nem terra seca,

Se arada em vida,

Da terra há de se colher,

Um tempo justo; plantação.

Um tempo justo...

Há! Grande é o temporão,

Grande é o campo; imaginação

É de terra, nossa última vesti!

Não precisa ser terra adubada,

Nem terra seca,

Quantas flores dar numa légua de solidão,

Precisa à terra, sabe a exato, do grão!

Precisa terra, sabe exato o que nasce do seu chão.

É de terra, nossa última vesti,

Não precisa ser terra adubada,

Nem terra seca,

Será bem estreita, de fina precisão

O corpo que sempre foi fogo,

Agora, carvão.

O corpo que sempre foi fogo,

Agora, é adubo no mesmo chão.

É de terra, nossa última vesti,

Não precisa ser terra adubada,

Nem terra seca,

Justo é a colheita

Exato fruto,

Que na terra semente morre,

Semente boa,

Terra boa,

Exato será a colheita desta semente solta...

Se recebido, o solo coração,

Tudo dá de bom!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 12/10/2016
Código do texto: T5789564
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