SERÁ DE TERRA
É de terra, nossa última vesti!
Não precisa ser terra adubada,
Nem terra seca,
Se arada em vida,
Da terra há de se colher,
Um tempo justo; plantação.
Um tempo justo...
Há! Grande é o temporão,
Grande é o campo; imaginação
É de terra, nossa última vesti!
Não precisa ser terra adubada,
Nem terra seca,
Quantas flores dar numa légua de solidão,
Precisa à terra, sabe a exato, do grão!
Precisa terra, sabe exato o que nasce do seu chão.
É de terra, nossa última vesti,
Não precisa ser terra adubada,
Nem terra seca,
Será bem estreita, de fina precisão
O corpo que sempre foi fogo,
Agora, carvão.
O corpo que sempre foi fogo,
Agora, é adubo no mesmo chão.
É de terra, nossa última vesti,
Não precisa ser terra adubada,
Nem terra seca,
Justo é a colheita
Exato fruto,
Que na terra semente morre,
Semente boa,
Terra boa,
Exato será a colheita desta semente solta...
Se recebido, o solo coração,
Tudo dá de bom!