O medo de ser eu

Dois rostos surgiram

Um! Lindo, meigo, bravio

O outro! Romântico, moreno

Claro ainda, pela idade

Adultos, viveram olhando um para o outro

Um! Adolescente ainda

O outro! Já na idade responsável

Ambos se olhavam

Um! Pede permissão

O outro! Tem altivez na decisão

Sem pensar no futuro

Fez-se a união

A união se multiplica

Formando uma grande família

Portanto com desejos comuns

Filhos se dispersam

Um rosto vadio

O outro sofredor

Um procurando a arte familiar

O outro a procura do prazer

O tempo foi aproximando

Os desencontros aparecendo

Os dois rostos unidos

Com orgulhos feridos

Um! rosto calmo, sereno, moreno

O outro! Arredio, gritante, falante

Um! Disperso na responsabilidade

O outro! Sempre exigente

Dois rostos aflitos

Um! Querendo ficar

O outro! Querendo a saída

Juntos a revolta

Brigas severas

Ameaças na boca e na mão

O grito de dor

O grito de socorro

A solução? A separação

Longe da visão rotineira

Seria o fim dos abraços

O começo da solidão

Um! Ainda calmo, na paz

O outro! Na tristeza, no reclame

Dois rostos sofridos

Nunca mais unidos

Um! De bom coração

O outro! Cobrando amizade

Ambos pais, mesmo que distante

Prevalece o amor de cada um

Jose Hilton Rosa
Enviado por Jose Hilton Rosa em 12/10/2016
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