O medo de ser eu
Dois rostos surgiram
Um! Lindo, meigo, bravio
O outro! Romântico, moreno
Claro ainda, pela idade
Adultos, viveram olhando um para o outro
Um! Adolescente ainda
O outro! Já na idade responsável
Ambos se olhavam
Um! Pede permissão
O outro! Tem altivez na decisão
Sem pensar no futuro
Fez-se a união
A união se multiplica
Formando uma grande família
Portanto com desejos comuns
Filhos se dispersam
Um rosto vadio
O outro sofredor
Um procurando a arte familiar
O outro a procura do prazer
O tempo foi aproximando
Os desencontros aparecendo
Os dois rostos unidos
Com orgulhos feridos
Um! rosto calmo, sereno, moreno
O outro! Arredio, gritante, falante
Um! Disperso na responsabilidade
O outro! Sempre exigente
Dois rostos aflitos
Um! Querendo ficar
O outro! Querendo a saída
Juntos a revolta
Brigas severas
Ameaças na boca e na mão
O grito de dor
O grito de socorro
A solução? A separação
Longe da visão rotineira
Seria o fim dos abraços
O começo da solidão
Um! Ainda calmo, na paz
O outro! Na tristeza, no reclame
Dois rostos sofridos
Nunca mais unidos
Um! De bom coração
O outro! Cobrando amizade
Ambos pais, mesmo que distante
Prevalece o amor de cada um