arejar

sou vivo, respiro dia

e noite, meu corpo

é um safona de amor,

amo essa loucura

da arte, amo saber

que morrei, que grande

parte de mim já enterrei,

que da missa, a metade (não sei)

entranhar nesse vale corrosivo

nesse deserto, nesse desejo

louco de ser (nem penso no quê)

somente a luz me acalentado,

ah, tento me recompor, seguro no colarinho.

quanto esforço! nada nesse

mundo vale tanto, volto pra casa,

acendo uma vela para a vida

deixada, tem coisa que pertence

a um tempo, tem a dor, que até

gosto, lembra viver, uma dorzinho

na barriga, faz tempo, uma saudade

até que faz bem, fui tantos que

até me confundo nas lembranças,

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 11/10/2016
Código do texto: T5788572
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