arejar
sou vivo, respiro dia
e noite, meu corpo
é um safona de amor,
amo essa loucura
da arte, amo saber
que morrei, que grande
parte de mim já enterrei,
que da missa, a metade (não sei)
entranhar nesse vale corrosivo
nesse deserto, nesse desejo
louco de ser (nem penso no quê)
somente a luz me acalentado,
ah, tento me recompor, seguro no colarinho.
quanto esforço! nada nesse
mundo vale tanto, volto pra casa,
acendo uma vela para a vida
deixada, tem coisa que pertence
a um tempo, tem a dor, que até
gosto, lembra viver, uma dorzinho
na barriga, faz tempo, uma saudade
até que faz bem, fui tantos que
até me confundo nas lembranças,