De todo dia

No silêncio, no cio, no cílio

Há sempre um pensamento

Um momento propício

Há sempre um movimento

Na fé, na faca, na benzedura

Há sempre um discurso

Uma solitária ilusão, ilusão

Na festa, na gandaia, no fluxo

Há sempre uma risada

Uma dança que procura companhia

Na vida, na estrada, na loucura

Há sempre quem ache amor

Uma fantasia, um alívio, uma dor

Na praia, na água, na mágoa

Há sempre uma alma vazia

Uma hora há despedida

No silêncio da rua vazia

No vazio da rua um silêncio

Na rua da infância há sempre

Uma dor sobre os cílios

Há sempre uma dor

De todo dia

Milton Oliveira

Agosto/2015

milton antonios
Enviado por milton antonios em 11/10/2016
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