Da Delicadeza do Espinho
(A poesia é um doer demais que rima com prazer)
O poeta são tantos; o espinho só um...
uma dor em comum para sorrisos e prantos...
versos sujos ou santos...com leite ou com rum;
na espera do "bum!"; feito pavio dos espantos.
O verso espia pelo olhar do poeta;
afaga, espeta com a mesma nostalgia;
no prazer, na sangria...no "ai" que o afeta
e dele se projeta para a poesia.
No poeta, as dores doem numa somente
se o poema sente o espinho das flores.
Dos colossais amores, se quiser o invente :
da morte, da mulher...de outros medos ou "ais";
mas nos versos reais que ele teme e quer,
se das flores não vier, não doerá demais.
Torre Três
11-10-2016