IMAGINARIO
(Sócrates Di Lima)
Sou uma janela aberta,
Numa casinha de sapé,
Indicado na estrada da vida por uma seta,
Numa longa caminhada a pé.
Uma silhueta perdida,
No portal da vida...
Pássaro em céu aberto,
Ícaro, longe do Sol do meu deserto.
Minha alma é vento,
É névoa, é pluma...
É livre pensamento,
Vivendo da saudade, em suma.
Imaginário eu sou...
Estou na mente de uma alma nobre,
Nesse pensamento eu vou,
Em outro, prata e cobre.
Sol da meia noite,
Lua do meio dia,
Chuva em vento e acoite,
Retratado colorido na poesia.
Em sua memória, sou Imaginário....
Como uma lenda contada,
Verso extraordinário,
De uma poesia recitada.
Vivo de sonhos e encantos,
De olhos e olhares, imagens coloridas,
Banhadas em brisas e cantos,
Vozes silenciosas de saudades amanhecidas.
Sou céu de fim de tarde....
De quem de sua janela vê apenas o necessário,
E de longe chora sua tênue saudade,
Do Eu poeta, um amor pra si, imaginário.