Intempéries de um amor
Como a sombra de nuvens carregadas
Anunciando um desvario
Me pego reescrevendo você.
Pensamento súbito
Avisando iminente tempestade
Traz suas soltas ventanias à me envolver
E com seu negrume manto da saudade
Deseja-me enlouquecer.
Fecho os olhos,
E percebo que a garoa ainda cai
E nos mais sombrios vales do coração,
Avisto o soturno algoz
E seu amor como grilhões.
Embalado no crepúsculo de cores gradientes,
Ah! O rastro insipiente!
Do ódio profundo e envolvente
Porque simplesmente o amor é demais.
E no cair do orvalho
Como brilhantes gotas de esperança
Derramando sobre a cólera
Do mais profundo íntimo
Há de vir a bancarrota
Todo esse infausto desatino.