Óptica
É pele ardendo em desejo
Coração batendo em chama
É o passo cego ante o lampejo
Lança o ódio àquilo que ama
É pintura que nunca se finda
Mil cores vivazes na tela
É mistério de uma noite linda
E medo de perder-se nela
É lamento do que não se entende
Angústia cravada no peito
É envolver-se nas teias da mente
E descobrir-se um falho perfeito
É recusa ao sentido certo
Serenidade achada no avesso
É trazer o sonho mais perto
Renascendo a cada tropeço
É o cultivo do ser adorável
Sob veste mais crespa e pesada
É tornar um momento inefável
No ato simples , a alma tocada