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Cansado de linhas tortas
De gente errada
De dores penosas
Cansado de gente penosa
De dores tortas
De linhas erradas
Cansado de dores erradas
De linhas penosas
De gente torta
Cansado do marasmo
Da minha rua de mão dupla
Com esse terreno baldio em frente
E o que há de mais nesse terreno baldio
Que há de menos nestas paredes baldias
Não é porque não piso a terra
Que não a sinto debaixo desse assoalho oco
Que não reclamo o sol que não me desperta porque essas paredes o impedem
E a lua que não me adormece porque essas luzes halógenas a impedem
Luzes que iluminam a casca amarela do meu corpo
E são felizes por alcançarem as paredes, porque se não as houvessem o fim dessa luz seria o infinito
O infinito do terreno baldio
E a luz tem medo desse infinito
Assim como eu.