POEIRAS

Sentei-me à beira do caminho.

Fiz dele o meu ponto de partida.

Atrás de mim, as poeiras dos meus passos.

À frente, um caminho que não sei onde me levará.

É o momento de decidir.

Entre voltar ou ir.

É hora de partir...

Trago bagagens. Algumas pesadas que insisto em carregar.

Talvez tenha deixado valores, sentimentos, perdidos em alguma estação.

Algum vagão...

O que há lá adiante?

Por quê meus pés teimam em criar raízes?

Mas ao mesmo tempo, por quê sinto essa vontade de voar?

Por quê o cansaço não me deixa progredir?

Sinto-me cansada pra voltar...

Sinto-me cansada pra seguir...

Parei para tomar um fôlego.

Logo, a poeira baixa.

Ah... Os caminhos por onde andei não posso mais apagar.

E talvez, não possa voltar.

Siga em frente...

Vá adiante...

Vem a vida sussurrar.

Quando eu parar de só enxergar a poeira dos passos errados, poderei ver o que nasce ao horizonte.

Parece distante...

É hora de decidir...

Entre voltar ou ir...

O que tem pra trás eu conheço.

Tropeço...

E o que há à seguir?

Arruma o cabelo, ajeita os pensamentos, calça os sapatos...

E vai...

Recomeça...

Uma nova história começa agora...

(Julia Siqueira)

Júlia Siqueira
Enviado por Poeta imaginário em 06/10/2016
Código do texto: T5783656
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