PAUSA
a sensação de ter perdido
todo meu tempo...
justo por isso
para me achar
chega a hora de dar
um tempo
a sensação de não ter sido
muito bem compreendido
justo por isso...
não me explicar
para melhor tentar
me compreender
a sensação de aos outros ter ferido
mesmo quando bem intencionado...
justo por isso
a vontade de parar a caça
checar as vitórias de Pirro
e só lamber minhas feridas
a sensação de ter vivido
apesar do vivo pouco vívido
justo por isso...
parar esse modo de viver
para só em mim tecer
novo jeito de ver
sensação de enganos dos sentidos
e de sentir só com meus maus sentidos
injusto por isto...
parar com a justiça
que com minhas impróprias mãos
sem querer eu faça
necessidade de calar a canção
enquanto não mudar a sensação
dar tempo ao tempo
para que mude-me
conforme sua melhor
estação
vontade de ficar calado
por fora ficar mudo
enquanto por dentro
mudo me mudo...
não lavar as mãos
no que em mim está imundo
uma injeção no osso
trazer para o raso
a pedra que quebra o vaso
extirpar no que é profundo
onde eu sou só esqueleto
tudo que é torto cisto caroço
mudar o jeito de doer
ainda que ao preço
de não sentir
nem rir...
dar uma pausa
para reencontrar a causa
pesadas nuvens
obliteram a noite e o dia
chega o momento de pensar
se vale a pena
ou se é possível
todo o impossível
que faz poesia
nem sentir nem dizer
e ainda assim ser sensível
para por dentro no indizível
não me sentir
nem caça nem presa
nem faca nem carne
que se sente desprezível
[Texto plantado,
mas não colhido,
em um dia ruim.
Hoje ultrapassado, hoje passado.
Dessa feita,
nesse tempo inofensivo,
chega a hora da colheita]
todo meu tempo...
justo por isso
para me achar
chega a hora de dar
um tempo
a sensação de não ter sido
muito bem compreendido
justo por isso...
não me explicar
para melhor tentar
me compreender
a sensação de aos outros ter ferido
mesmo quando bem intencionado...
justo por isso
a vontade de parar a caça
checar as vitórias de Pirro
e só lamber minhas feridas
a sensação de ter vivido
apesar do vivo pouco vívido
justo por isso...
parar esse modo de viver
para só em mim tecer
novo jeito de ver
sensação de enganos dos sentidos
e de sentir só com meus maus sentidos
injusto por isto...
parar com a justiça
que com minhas impróprias mãos
sem querer eu faça
necessidade de calar a canção
enquanto não mudar a sensação
dar tempo ao tempo
para que mude-me
conforme sua melhor
estação
vontade de ficar calado
por fora ficar mudo
enquanto por dentro
mudo me mudo...
não lavar as mãos
no que em mim está imundo
uma injeção no osso
trazer para o raso
a pedra que quebra o vaso
extirpar no que é profundo
onde eu sou só esqueleto
tudo que é torto cisto caroço
mudar o jeito de doer
ainda que ao preço
de não sentir
nem rir...
dar uma pausa
para reencontrar a causa
pesadas nuvens
obliteram a noite e o dia
chega o momento de pensar
se vale a pena
ou se é possível
todo o impossível
que faz poesia
nem sentir nem dizer
e ainda assim ser sensível
para por dentro no indizível
não me sentir
nem caça nem presa
nem faca nem carne
que se sente desprezível
[Texto plantado,
mas não colhido,
em um dia ruim.
Hoje ultrapassado, hoje passado.
Dessa feita,
nesse tempo inofensivo,
chega a hora da colheita]