Hipnose

Entardeço com o pensamento a ti voltado

doce criatura advinda de alguma nebulosa

posto que trazes em teus bolsos um punhado

de estrelas e desceste de uma poeira plasmosa

Reluzes como um círio em chamas ardentes

teu oxigênio é puro qual a atmosfera edenal

donde trouxeste perfume à tua pele aderente

e o teu sorriso às vésperas de estação outonal

Tua franja imprime a sutileza facial dos anjos

mesclado teu olhar me hipnotiza, me amortece

aos sons de inúmeros flautins e tantos banjos

feliz e persignado me ponho em rumorosa prece

Encantam-me teus gestos de doce e puro carinho

teu andar macio ao esteio de algodoada nuvem

teus cabelos revoltos fustigados pelo ar marinho

hábil afeição impede que meus sonhos enviúvem

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 05/10/2016
Código do texto: T5782531
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