Hipnose
Entardeço com o pensamento a ti voltado
doce criatura advinda de alguma nebulosa
posto que trazes em teus bolsos um punhado
de estrelas e desceste de uma poeira plasmosa
Reluzes como um círio em chamas ardentes
teu oxigênio é puro qual a atmosfera edenal
donde trouxeste perfume à tua pele aderente
e o teu sorriso às vésperas de estação outonal
Tua franja imprime a sutileza facial dos anjos
mesclado teu olhar me hipnotiza, me amortece
aos sons de inúmeros flautins e tantos banjos
feliz e persignado me ponho em rumorosa prece
Encantam-me teus gestos de doce e puro carinho
teu andar macio ao esteio de algodoada nuvem
teus cabelos revoltos fustigados pelo ar marinho
hábil afeição impede que meus sonhos enviúvem