QUANDO A TARDE É TRISTE
Ouves, minha desconhecida,
Que as aves cantam?
Ainda há gorjeios ao entardecer...
Só o poeta não canta nesta noite triste...
No poeta uma dor ainda persiste...
Nem ele sabe onde...
É de um olhar talvez, ou de uma jura,
De uma tristeza qualquer, de uma loucura...
Talvez em um silêncio a dor se esconde...
Quando a cigarra no cipó se espreme,
E de um novo entardecer toca a sirene,
Minha alma vai aos prantos.
É que nesta hora dolorida,
Chora em meu peito uma dor sentida,
Qual fosse a solidão.
Chora no meu peito nesta hora
Uma alegria que sei que foi embora,
E deixou meu coração...