QUANDO A TARDE É TRISTE

Ouves, minha desconhecida,

Que as aves cantam?

Ainda há gorjeios ao entardecer...

Só o poeta não canta nesta noite triste...

No poeta uma dor ainda persiste...

Nem ele sabe onde...

É de um olhar talvez, ou de uma jura,

De uma tristeza qualquer, de uma loucura...

Talvez em um silêncio a dor se esconde...

Quando a cigarra no cipó se espreme,

E de um novo entardecer toca a sirene,

Minha alma vai aos prantos.

É que nesta hora dolorida,

Chora em meu peito uma dor sentida,

Qual fosse a solidão.

Chora no meu peito nesta hora

Uma alegria que sei que foi embora,

E deixou meu coração...

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 24/07/2007
Reeditado em 25/07/2007
Código do texto: T578249