Patricia.
Rio, 04.10. 2016.
**Poema escrito para minha irmã Patrícia Ignez de Paulo, durante o período de minha internação no CTI do hospital São Francisco.
Patrícia.
Eu sei desse teu jeito tão direto,
Assim sem papás na língua pra falar.
Meu bem tá tudo certo,
Não há razão para me pedir perdão
E nem motivo há para eu te perdoar.
A verdade as vezes é indigesta,
Mas vale o quanto pesa
Mesmo que nos venha incomodar.
Eu gosto de rir com o teu sorriso,
Do seu modo gesticulativo e teatral.
Só me arrependo por tantos anos ter
Ficado longe e ainda estar distante
Da tua presença fraternal.
Desejo que você sempre siga reto
O seu caminho na inspiração
Das palavras do senhor,
E que sendo um vaso ungido
Que prospere tua família
Na alegria e no amor.
Eu te amo do meu jeito introspectivo,
Observador e sem falar,
Eu é que te peço desculpas
por ser tão travado no
Meu jeito de te amar.
Permita que as vezes eu navegue
Na tua vida que é um rio de
Calmaria onde Deus foi convidado
A ser o guia da embarcação.
Obrigado por orar pra que ele
Abençoe esse seu tão mundano irmão.
No mais vamos viver, é o
Que nos resta e é tão bom.
Lembro das suas palavras, no áudio:
"A vida é curta e é preciso
Curti-la, pois ela não volta atrás".
Eu tenho curtido a vida, principalmente,
Por perceber que a minha tende a ser
Mais curta que as demais.
Mas não se preocupe com isso,
Eu não me preocupo.
Só lamento, as vezes,
no meu silêncio pensador.
Receba nesses versos os
Meus braços abertos e um
Beijo ostentador.
Clayton Márcio.