O solitário
Vagueava em plena madrugada
A ver amores mil, a servi-lo
E sorria, e vivia, e sonhava
Iludido por promessas vãs e amores vis.
Toma o teu vinho! A vida é curta!
A morrer lentamente.
A passos suaves chega-se
A momentos cada vez mais senis.
O crepúsculo chega por acaso?
Nada que o faça mudar
Tudo vale a pena- dizia o poeta
Certamente pediria bis.
O futuro, tudo compensa?
Erros, protagonismos, devaneios
Vagando por tantos ermos
Sem aprender ser feliz.
Quem sabe ainda resta
Um pouco de ilusão
A misturar-se com desejos
Projeções bem mais ousadas
Talvez, até arriscadas
De serem realizadas
Todas as coisas que quis.