Sol do novo mundo
Lá no alto, topo do mundo:
A vida adentro, a noite escura.
Estradas musicais, rancorosas.
A Moderna homofonia
Sem razão de ser.
Luta de classes na elite,
Clássicos fast food,
Sonhos e sorrisos aqui,
A perder de vista: o céu.
Nosso teatro mambembe,
Imbecil. Pensadores de cabeça quente.
Esplendores e misérias no circo do povo.
Flagrante alegoria de uma comédia sem graça.
Encerro meus olhos pasmos na tela que atrai.
Contemplo, com um escândalo comportado,
Teorias estúpidas: retalhos de pensamentos amputados.
Procuro e alcanço a salvação num cigarro barato.
A única liberdade (ainda) é fumar...
A agonia dos que não tem mais nada me arrebata.
Sei-me estrangeiro e banal, mas não covarde.
Política em versos é covardia,
É não dar a cara ao soco.
Arte limpa, politicamente limpa:
Slogan do novo fascismo, travestido de rigor.
Ossos amontoados proclamam o direito à vida,
Ossos que nunca viveram.
São grandes estátuas berrando dinamismos
No caos do pântano onde todos se afogam.