Segundo

Por entre tempos e horas de marés
Pegadas deixadas sob o peso dos pés
Chovem cerejas e trovoadas cinzentas
Orvalho que me cai das folhas amarelas
Amoreiras de outro tempo, secas
Sob o jugo do poder, corrompes os pais
Filhas devassas, oferecem-se por nada
- perdoai-lhes, perdoa-me
Possuo-as sem pudor, ou culpa...
- irão florir laranjeiras,
No teu boquet não mentem...
Tudo passa em apenas num tempo
Em que a lebre ultrapassa os parados...

Alberto Cuddel®
01/10/2016
In: O silêncio que a noite trás 27
Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 04/10/2016
Código do texto: T5781065
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