Nas Brumas Adormecidas
Embuçado ainda com a névoa matinal
À linha fronteiriça entre sonho e despertar
Uma sombra imaginária me fez um sinal
Para a minha modesta bagagem mostrar
Perscrutou tudo o que eu transportava
Persuadiu-me para que despido ficasse
Até a fimbria da minha túnica interessava
Posto que minuciosamente me reparasse
Ora, nesse estágio me traduzo e transcendo
Aconteço e me permito em todo me revistar
Não me oponho, pois continuo obedecendo
Até o oficial da sombria alfândega concretizar
Supondo que nada encontraria, certamente,
Autorizou-me a saída no feérico portão sul
Ignorando por seu viés, inconscientemente,
Que eu portava nebulosa, linda borboleta azul...