Nas Brumas Adormecidas

Embuçado ainda com a névoa matinal

À linha fronteiriça entre sonho e despertar

Uma sombra imaginária me fez um sinal

Para a minha modesta bagagem mostrar

Perscrutou tudo o que eu transportava

Persuadiu-me para que despido ficasse

Até a fimbria da minha túnica interessava

Posto que minuciosamente me reparasse

Ora, nesse estágio me traduzo e transcendo

Aconteço e me permito em todo me revistar

Não me oponho, pois continuo obedecendo

Até o oficial da sombria alfândega concretizar

Supondo que nada encontraria, certamente,

Autorizou-me a saída no feérico portão sul

Ignorando por seu viés, inconscientemente,

Que eu portava nebulosa, linda borboleta azul...

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 03/10/2016
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