Ode ao pesadelo adormecido!
Ainda hoje não me adentraram as palavras fingidas
Versos esquecidos, levados pela brisa do tempo,
Tão pouco, no muito tempo ausente,
Fingi a saudade que deveras pressinto,
Na funesta e turva alma com que minto,
Penetras-me a alma com um amor distante,
Concreto e incisivo, sinto-te nas pétalas
Preformadas que te emanam das mãos,
- Resgata-me que a ti pertenço…
Sono que me clama
Nos gemidos reprimidos das paredes dos sonhos,
Viagem perdida negro caminho tracejado
No amor premente que te anceia,
Procuro-me encontrar-me na perfeição,
Curva e circular das formas do teu corpo
Por onde navegam rimas perfeitas
No piscar delirante do teu olhar!
Nas sombras nocturnas onde me escondo
Marcho para o infinito, busca que não admito
No sentido aprumado que busco no sexo
Amor, Amor… realizo-me na fusão plena da carne
Dando um só corpo orgásmico à alma que fundimos
Nos firmes prepósitos do firmamento confirmados por Deus…
Em vão tento fingir o que fingido fora,
Se finjo mentir, a realidade de consome e arrebata
Por esta triste noite em que me arrasto
Nefastamente ausente de ti…
E mesmo assim, estas apenas à curta distancia
Do acordar do pesadelo, e um abraço…
Alberto Cuddel®
30/09/2016
In: O silêncio que a noite trás 25