o homem da cidade grande

Dobrou o mar e guardou

Debaixo do braço e põe-se

A caminhar pelas calçadas

Daquilo que compreendia

Como seu mundo,

Dobrou a esquina na mesma

Velocidade e paciência de véspera,

Olhou o tempo dentro do relógio

E prosseguiu habitualmente,

Não era de risos nem alegrias

Era um homem, somente um

Dava por se falar e se responder,

Não tinha lembranças nem preces

Era igual a ele frente aos seus espelhos,

Dobrou a vida e guardou no bolso

Junto com as poucas moedas

E o lenço úmido de suor e manchas de tempo

E caminhou até as bordas da terra

A procura do infinito.

Milton Oliveira

09.01.13

milton antonios
Enviado por milton antonios em 30/09/2016
Código do texto: T5777417
Classificação de conteúdo: seguro