CANÇÃO DA CÓLERA

CANÇÃO DA CÓLERA

Da cinza

que caem dos céus

todos os dias,

desabam ao léu

a esperança contida,

trazem a revolta,

esquartejam a alegria pífia

e tudo a minha volta,

se faz tempestade e a profecia.

Do vermelho

que transborda do peito,

já não mais rubro

de desamor me cubro,

num leito de mágoas malogradas

derramadas sobre a emoção desfolhada.

Do negro

da boca da noite,

despencam estrelas apagadas,

pelo negro manto d'alma,

estrangulada pelo vazio

que de tão frio e sombrio,

congela o sangue e as vísceras.

Da inspiração

nasceu a dor e a cólera.

(By Rachel KeKa Alves- Em Versos e Canções.)

Rachel Keka Alves
Enviado por Rachel Keka Alves em 30/09/2016
Reeditado em 30/09/2016
Código do texto: T5777175
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