CANÇÃO DA CÓLERA
CANÇÃO DA CÓLERA
Da cinza
que caem dos céus
todos os dias,
desabam ao léu
a esperança contida,
trazem a revolta,
esquartejam a alegria pífia
e tudo a minha volta,
se faz tempestade e a profecia.
Do vermelho
que transborda do peito,
já não mais rubro
de desamor me cubro,
num leito de mágoas malogradas
derramadas sobre a emoção desfolhada.
Do negro
da boca da noite,
despencam estrelas apagadas,
pelo negro manto d'alma,
estrangulada pelo vazio
que de tão frio e sombrio,
congela o sangue e as vísceras.
Da inspiração
nasceu a dor e a cólera.
(By Rachel KeKa Alves- Em Versos e Canções.)