A ESPERA
É UMA CANÇÃO DE PRIMAVERA
PERDIDA
O TIQUETAQUEAR DESSE RELÓGIO ANTIGO.
QUEBRADO E CONFUSO
COMO QUE SAÍDO DE UM QUADRO DO DALÍ.
MAIS UM SOL E OUTRA NOITE.
E VOCÊ, NADA.
VOCÊ AINDA NÃO.
EU VENHO EXISTINDO
NO FAZER DA TUA AUSÊNCIA.
OS ALDEÕES PARTEM,
TODOS - ANCIÕES.
TAMBÉM AS CRIANÇAS UMA VEZ
TERÃO O DIA DA DESPEDIDA
AO MUNDO DELAS:
POR ENQUANTO CORES FURTIVAS NO PAPEL.
EU OBSERVO A TODOS.
NINGUÉM ABARCA NA MEMÓRIA
O QUANTO DO MEU ESTAR AQUI.
NEM MESMO OS MÓVEIS,
DISFORMES JÁ PELAS TRAÇAS E CUPIM.
TUDO É RUÍDO DE SERES MENORES.
TAMBÉM EU SOU UM SER MENOR.
PUDERA ME METAMORFOSEAR
EM PALAVRAS.
UM CRESCENDO DE RIMAS.
SONETO OU PRECES
AO DEUS QUE EU NEGO.
QUE NÃO ESTEJA PREGADO A MIM
O IMPERATIVO DO AMAR.
ESSA TAL OBRIGAÇÃO
QUE GIRA NA MINHA MENTE
TAL QUAL UMA BAILARINA ENTORPECIDA,
QUANDO DO NÃO DA TUA CHEGADA.
QUISERA PARTIR COMO OS OUTROS
E NÃO SABER DAQUILO QUE NÃO TIVE.