A ESPERA

É UMA CANÇÃO DE PRIMAVERA

PERDIDA

O TIQUETAQUEAR DESSE RELÓGIO ANTIGO.

QUEBRADO E CONFUSO

COMO QUE SAÍDO DE UM QUADRO DO DALÍ.

MAIS UM SOL E OUTRA NOITE.

E VOCÊ, NADA.

VOCÊ AINDA NÃO.

EU VENHO EXISTINDO

NO FAZER DA TUA AUSÊNCIA.

OS ALDEÕES PARTEM,

TODOS - ANCIÕES.

TAMBÉM AS CRIANÇAS UMA VEZ

TERÃO O DIA DA DESPEDIDA

AO MUNDO DELAS:

POR ENQUANTO CORES FURTIVAS NO PAPEL.

EU OBSERVO A TODOS.

NINGUÉM ABARCA NA MEMÓRIA

O QUANTO DO MEU ESTAR AQUI.

NEM MESMO OS MÓVEIS,

DISFORMES JÁ PELAS TRAÇAS E CUPIM.

TUDO É RUÍDO DE SERES MENORES.

TAMBÉM EU SOU UM SER MENOR.

PUDERA ME METAMORFOSEAR

EM PALAVRAS.

UM CRESCENDO DE RIMAS.

SONETO OU PRECES

AO DEUS QUE EU NEGO.

QUE NÃO ESTEJA PREGADO A MIM

O IMPERATIVO DO AMAR.

ESSA TAL OBRIGAÇÃO

QUE GIRA NA MINHA MENTE

TAL QUAL UMA BAILARINA ENTORPECIDA,

QUANDO DO NÃO DA TUA CHEGADA.

QUISERA PARTIR COMO OS OUTROS

E NÃO SABER DAQUILO QUE NÃO TIVE.

pedro amaro
Enviado por pedro amaro em 24/07/2007
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